A luta pela sua mente
Você não é quem você diz ser. Pelo menos, não inteiramente. Suas incoerências aparecerão no momento das suas ações. Suas reais prioridades, o real valor dado a coisas ou pessoas, será revelado no momento das escolhas. A Bíblia está cheia de citações a respeito.
“Até a criança se dá a conhecer, se o que FAZ é bom e reto.” (Salomão)
O que você sente e pensa determina as suas ações.
No campo das guerras, isso já era conhecido há tempos, pelo nome de “moral da tropa”. Um termo que traduz o estado de ânimo da tropa. Soldados animados, que acreditam na vitória, marcham distâncias maiores, porque vai valer a pena. Soldados irados, imbuídos do sentimento de vingar um ultraje, marcham ainda mais longe.
Por outro lado, soldados desanimados, descrentes, se deixam cair no chão antes do fim da marcha. “Chegar lá, para quê? Não vai adiantar nada mesmo…” Soldados que não entendem o motivo da luta ou não concordam com ele, se agarram à primeira chance de rendição ou deserção. Soldados da guerra de trincheiras, na primeira guerra mundial, atiravam nos próprios pés para serem mandados para casa.
Os gregos da era pré-Alexandrina já sabiam que um soldado defendendo sua casa vale por três. Primeiro, por estar na defensiva, que por si só é uma vantagem. Segundo, porque a sua disposição de lutar até as suas últimas forças, de assumir riscos, de perder a vida, é muito maior do que dos atacantes.
O exército americano compreendeu bem a importância de manter um elevado nível de moral nas suas tropas. Isso passava por um forte trabalho de convencimento dos soldados de que lutavam por um ideal nobre e necessário. Outro ponto importante era aliviar periodicamente a pressão psicológica e o cansaço das tropas com algum conforto e diversão.
Outro ponto importante é demonizar as tropas inimigas, Desumanizá-las. Ninguém gosta da idéia de matar um ser humano que está ali, talvez, sem sequer saber porquê, segurando um rifle unicamente para não ser preso como desertor. O soldado do outro lado precisa ser, no imaginário das tropas, um ser desprezível, mau e perigoso, que precisa ser aniquilado. No caso específico das tropas nazistas, não foi difícil fazer isto, vistas as barbáries por eles cometidas. Os soldados aliados eram amplamente informados das barbáries das tropas SS. Stalin, no entanto, passou da conta. Distribuiu farta propaganda com as atrocidades cometidas por alguns soldados alemães, como se todos os soldados alemães o fizessem. Vale lembrar que alguns soldados russos, preocupados com suas famílias, perguntavam, por carta, se tudo aquilo que o governo dizia estava de fato acontecendo. A resposta, se negativa, gerava grave consequência: o soldado e a família eram presos. A notícia de um soldado alemão não-monstruoso não poderia vazar. Não podia haver, na mente de nenhum soldado russo, a idéia de que algum alemão, militar ou civil, poderia ser uma pessoa decente. O resultado foi a terrível onda de estupros e assassinatos contra a população civil alemã nas áreas controladas pelos soviéticos.
Tempos modernos
Os anos 60 trouxeram uma forma imensamente eficiente de propaganda: a TV e o telejornais.
Afinal, se passou na TV, é verdade. Se o Cid Moreira (ou William Bonner) falou, é verdade.
Compreendeu-se a importância de formatar o pensamento da população desde o berço. Compreendeu-se que a força demonstrada pela máquina de propaganda na disputa pelo mercado de pneus ou calçados, poderia ser aplicada na construção das crenças mais básicas de uma população ou do seu entendimento de determinado fato recente. Foi o boom dos departamentos de marketing e propaganda nas campanhas políticas e nas forças armadas.
As ferramentas à disposição destes departamentos hoje são muito mais eficientes – Instagram, Whatsapp, Twitter, etc. Mas extrapolaram as paredes dos escritórios e chegaram às mãos de toda a população do mundo, tornando a luta pela mente das pessoas muito mais complexa.
Guerra e religião
Bem antes da TV, já se sabia que a religião é um instrumento poderoso para motivar os soldados e demonizar o inimigo. O Papa Urbano II convocou as cruzadas insuflando o sentimento cristão da nobreza e demonizando o inimigo. Lutar por Cristo, libertar a sua Terra Santa das mãos dos diabólicos muçulmanos adoradores de Satanás. Tristemente, Saladino, o único governante do Islam com elevado padrão de civilidade, tolerância religiosa e alto nível educacional, foi convencido pelos atos dos cruzados de que estes eram sub-humanos e deveriam ser eliminados sem piedade. Saladino inaugurou várias escolas nas quais os meninos muçulmanos aprendiam a ler e escrever, matemática básica, noções de construção e tática militar e, claro, uma versão do Alcorão que os direcionava a matar todos aqueles que não se tornassem muçulmanos.
Muitos outros conflitos tiveram a religião como pano de fundo – católicos e protestantes, sunitas e xiitas, hinduístas e budistas, etc. Mas só o mundo islâmico vinculou a religião ao ensino básico e à propaganda contra seus opositores. Ainda hoje, na faixa de Gaza, por exemplo, quase não há escolas não-religiosas. Apenas meninos vão à escola para aprender a ler e escrever. Lá, são doutrinados por um Iman ou um Mulá que os ensina, desde pequenos, que a causa de todos os seus problemas – pobreza, desemprego, falta de água e atendimento médico – deve-se à existência dos “infiéis”, especialmente o “povo do livro” – judeus e cristão, que se baseiam no velho testamento. A semente da mágoa e da raiva contra os causadores do seu sofrimento é adubada pelas grandiosas promessas aos que chegarem à eternidade como mártires, morrendo em combate contra judeus e cristãos. (Imagine a situação do escritor que vos fala, sendo judeu e cristão.)
A desumanização do inimigo chega ao ponto dos folhetos distribuídos às tropas árabes às vésperas da Guerra dos Seis Dias, que diziam que os guerreiros de Allah deveriam matar todos os homens e guardar as mulheres para a diversão dos guerreiros. O fato de que estes homens se casam com crianças de 9 anos de idade, seguindo o exemplo de Maomé, permite ao leitor imaginar a extensão do desastre quando estes combatentes conquistam uma região e dispões livremente das mulheres e meninas locais, como se viu recorrentemente na África, com o grupo Boko Haram e no Afeganistão com o Al-Qaeda.
Hamas
O sucesso da campanha de desumanização dos judeus pelas escolas religiosas de Gaza pôde ser medido pelo ataque do dia 08 de outubro. A instrução dada aos guerreiros é que evitassem os soldados e civis armados. O conceito de morte com honra, em combate contra um inimigo igualmente capaz, evaporou. O objetivo é matar o maior número possível de judeus. Portanto, desviar-se do exército israelense e atacar civis é a melhor estratégia. A vingança não tem qualquer limite. Uma mãe israelense, grávida, teve sua barriga aberta, seu feto despedaçado diante dos olhos dela e de toda a família, inclusive as crianças pequenas. Um casal de imigrantes ucranianos assistiu os olhos de suas crianças, de 7 e 6 anos, serem arrancados antes de morrerem. Estupros coletivos seguidos de execução aconteceram. A consequência potencial é que os soldados israelenses entrarão em Gaza cheios de justificada ira e, da mesma forma, desumanizando os palestinos de forma generalizada. Se agirem com dureza e injustiça contra a população civil de Gaza, reforçarão a propaganda antissemita dos Mulás, e a próxima geração de palestinos crescerá cheia de ódio contra Israel, em um ciclo vicioso de morte e dor.
Uma medida da evolução deste câncer social é a perda do amor natural das mães pelos seus filhos. Imagens de mães palestinas comemorando a morte de seus filhos em atos terroristas me espantam. Que nível de lavagem cerebral faz uma mãe celebrar a morte de um filho??
Não foi sempre assim. Em 1973, ao fim da guerra do Yom Kipur, Golda Meir disse pelo rádio: “ Hoje, mães israelenses e mães árabes podem dormir em paz, sem medo de não terem mais os seus filhos pela manhã.” Naqueles dias, mães palestinas ainda choravam a perda de seus filhos.
Plano Marshal
O governo americano previu que isto poderia acontecer ao final da segunda mundial, que nada mais foi que uma revanche da humilhação sofrida pelos alemães na primeira. Antes que o rancor alemão pela derrota gerasse uma nova onda nazista, implantaram o plano Marshal, que recuperou rapidamente a economia alemã e restaurou o sistema educacional em alto nível, tornando os alemães seus aliados. As crianças alemãs receberam, na escola, a noção de que não é aceitável causar dor e morte a outro, a não ser em auto-defesa. Entenderam que não vale a pena perder seu bem estar e conforto em troca de impor uma ideologia a outro grupo de pessoas.
Israel precisa fazer o mesmo. Há uma guerra pela mente das crianças palestinas em curso. Lenta, mas inexorável e absolutamente determinante do que acontecerá no futuro. Quem conquistar o pensamento delas vai ditar o comportamento de toda uma geração no futuro. Vão prezar a paz e o bem estar acima da ideologia? Ou vão preferir pobreza e morte na luta para eliminar os infiéis?
Israel precisa implantar o seu Plano Marshal na faixa de Gaza. Crianças que experimentam o conforto, a fome saciada, a diversão, o afeto, o riso, não vão querer perder tudo isso quando adultos, só porque algum velho Imam maluco prega a guerra. Obviamente, Israel não conseguirá fazer isso sem apoio financeiro e cultural. Se os países árabes moderados como Arabia Saudita, Qatar, Emirados Árabes, contribuírem com dinheiro e educadores oriundos da mesma cultura básica dos palestinos, em 20 anos o problema estará sanado.
Israel também precisa encarar uma longa e dura luta pelas mentes do ocidente. Se a Europa e as Américas forem convencidas pela propaganda antissemita, um imenso bloqueio comercial contra Israel surgirá em pouco tempo, quando políticos da nova geração alçarem cargos de comando. Em caso de novo conflito, países de relevância militar no cenário mundial podem apoiar os terroristas. A sobrevivência de Israel e do povo judeu dependem do que for plantado hoje na mente dos jovens ocidentais.
“Tudo o que aparece na tela do meu celular contra Israel e a favor do Hamas é verdade, não precisa de checagem. O pouco que aparece no meu celular contra o Hamas e a favor de Israel é mentira, não preciso verificar.”
Ou o contrário.
Um lento e gigantesco trabalho de convencimento com cada jornalista e cada professor universitário do ocidente precisa ser feito, o que nos leva, de novo, à principal raiz de todos os conflitos: dinheiro. Os donos dos jornais e os donos das universidades permitirão? Ou já venderam a sua posição ao outro lado?
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