Apertem os cintos, o piloto sumiu II
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No texto anterior, expus a corrida pela substituição de aviões de combate tripulados por drones, para evitar o pesado dispêndio de dinheiro e as muitas horas de treinamento para formar um piloto de caça.
Hoje, temos um novo capítulo nesta novela. Na mesma semana em que o primeiros F16 chegaram à Ucrânia, depois de 10 longos meses de treinamento dos pilotos ucranianos, o Pentágono anunciou o sucesso no combate aéreo entre um F16 pilotado por um coronel da Força Aérea do Estados Unidos e um F16 pilotado por uma inteligência artificial.
Imagino o que passou pela cabeça dos ucranianos. Dez meses de treinamento dos pilotos. O tremendo esforço empregado na contra-ofensiva que deu com os burros n’água, por absoluta falta de apoio aéreo. Boa parte dos preciosos equipamentos americanos – tanques Abrams e transportes de tropas Bradley – foram desperdiçados atacando defesas russas bem montadas e apoiadas por helicópteros e aviões de ataque ao solo SU-25. Tropas de elite como a 47 Brigada de Assalto perderam um alto número de militares experientes – artigo cada vez mais raro em um conflito com tantas baixas. Se esta tecnologia estivesse disponível um ano antes, os F16 chegariam à Ucrânia voando sozinhos, dois dias depois da compra dos aviões e a história seria bem diferente.
Pois bem, eles chegaram. Os quatro primeiros, pelo menos. Banda de música, pompa, comemoração? Não, nada disso. Para começar, o medo de serem recebidos por uma chuva de mísseis russos ou um ataque aéreo maciço, matando, no berço, a esperança ucraniana. Outro motivo foi a notícia de que os instrutores americanos liberaram os alunos ucranianos sem a devida formação, por causa de necessidade desesperada de apoio aéreo. “Passaram de ano com 60”, digamos assim. Além disso, alguém se lembrou de que Putin garantiu o uso de armas nucleares táticas se os F16 chegassem ao front. Tomara que ele próprio tenha se esquecido disso.
Imagino a dúvida nas mentes dos comandantes. E se os pilotos não estiverem prontos? E se os russos trouxerem equipamentos no mesmo nível tecnológico dos F16? (Sim, os russos têm, mas são poucos, por isso estão economizando estas unidades.) Imagino também a pressão na mente dos pilotos. A sobrevivência do povo ucraniano está nas mãos deles, agora.
Nada disso – a demora para formar pilotos, a possibilidade de perda dos F16 para aviões e defesas anti-aéreas russas – seria problema se os ucranianos recebessem um esquadrão de F16 autônomos, pilotados por inteligência artificial.
Tempo de treinamento: zero.
Erros humanos: zero.
Treinamento para atualização de táticas e novos padrões de operação: Control C, Control V.
Quem não gostou nada da idéia foi Putin. Imagine se, com um mero download de atualização, todos os F16 do ocidente soubessem, ao mesmo tempo, a maneira mais recente de abater um caça russo?
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