Apertem os cintos, o piloto sumiu!
A OTAN e o Pacto de Varsóvia entraram em uma caríssima corrida pela supremacia no ar, entre os anos 50 e 90, produzindo aeronaves impressionantes. Mas a corrida por bombardeiros velozes e capazes foi subitamente cancelada no final dos anos 60, pelo advento dos mísseis balísticos intercontinentais. Pelo preço de um bombardeiro Valkyrie se poderiam construir mais de vinte mísseis nucleares Minuteman, que atingiriam Moscou vindo do espaço, sem chance de interceptação, sem risco de erro humano por parte da manutenção ou do piloto.
OK, bombardeiros cancelados. Caças e aviões de apoio próximo, entretanto, continuaram sendo indispensáveis. A cada década, ficaram mais capazes, mais caros e de manutenção mais complicada. Mas o ponto mais sensível está nos pilotos. Formar um piloto de caça é extremamente caro e demorado. É praticamente um engenheiro de sistemas com habilidades de vôo muito acima dos outros pilotos. Ele precisa compreender, pormenorizadamente, como funcionam as suas armas e as armas do inimigo. Como funciona o seu avião – radar, contra-medidas eletrônicas, sistemas de vôo, sistemas hidráulicos, motores, comportamento e capacidades em cada faixa de velocidade, em cada altitude. O valor de um piloto de caça é imenso, porque o custo em horas de instrução e em horas de vôo é estratosférico. O avião substitui-se facilmente. A indústria entregará um ou dois novos todos os dias, se o governo puder comprar. Mas um piloto não requer apenas dinheiro. Um piloto morto ou capturado não é facilmente reposto. Por exemplo, pilotos ucranianos bem treinados para voar o espetacular caça russo MIG29, precisam ainda de oito meses de treinamento para voarem o F16. Decolar e pousar o novo avião requer apenas duas horas de vôo. Atingir o alvo e voltar inteiro vai exigir 600 horas de instrução no solo e 100 horas de vôo. (Cada hora de vôo do F16 custa 27.000 dólares.) Formar um piloto de F16 custa requer 4 milhões de dólares e, desde o treinamento básico de vôo, cerca de 5 anos. Um F16 zerinho, top de linha, modificado pela IAI (Israel Aircraft Industry) para a Força Aérea israelense, custa 63 milhões de dólares, mas, feito o pedido, a entrega é feita em poucos meses.
E foi para resolver este problema que as principais potências investiram, pesadamente, em mísseis de cruzeiro e aviões não tripulados, operados remotamente por pilotos que talvez nunca saíram do chão. Treinamento rápido e barato. Aeronave com maior carga útil por não transportar um piloto. Drones militares como o Reaper, capazes de voar por quase 20 horas ininterruptas, recebendo e transmitindo dados por satélite, enviando imagens e atacando alvos com facilidade, por serem pequenos e feitos de materiais compostos que dificultam a detecção pelos radares. Tudo isso por um valor bem menor do que um caça de quarta geração como um F15. (80 milhões de dólares contra 5 a 30 milhões.)
É o fim dos pilotos de combate? Veremos.
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