Blindagem reativa, blindagem ativa e o Javelin

Blindagem reativa, blindagem ativa e o Javelin

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As armas anti-tanque atingiram, nos anos 80, uma eficiência tal que os blindados precisariam dobrar a espessura de suas blindagens para continuar resistindo. Os tanques ficariam lentos, pesado, grandes demais para transitar por áreas urbanas e pontes, pequenos demais por dentro, perdendo espaço de pessoal e munição. A suspensão teria que suportar um peso muito superior e se desgastaria rapidamente. A resposta israelense em 1982 foi não aumentar a espessura da blindagem, mas cobri-la com explosivos. Você já viu um tanque coberto com caixinhas?

Cada uma dessas caixinhas metálicas está cheia de material explosivo mais estável que o normal. A caixa pode ser atingida por estilhaços de granada ou por um tiro de .50, nada vai acontecer. Mas, quando uma ogiva antitanque se choca contra ela, vai haver uma explosão, cerca de um centésimo de segundo depois, capaz de desviar o projétil, fazendo com que este se choque contra a blindagem em um ângulo muito agudo, ricocheteando em vez de penetrá-la. Vitória da blindagem? Por pouco tempo.

Os engenheiros militares se viram às voltas com um problema hipotético pouco provável, mas perfeitamente possível: e se o blindado for atingido por dois tiros no mesmo ponto? Se o primeiro detonou a caixinha explosiva, o segundo vai penetrar a blindagem. Enquanto pensavam em uma solução, exploraram o problema, criando uma forma de atingir o mesmo ponto duas vezes com um só disparo – mísseis de carga dupla em tandem.

Os mísseis de carga dupla em tandem aparecem em meados dos anos 90, tendo como seu representante mais famoso o Javelin, atual pesadelo dos blindados russos. Em vez de uma carga explosiva, estes mísseis transportam duas cargas, uma atrás da outra. A pequena carga dianteira detona o explosivo da caixa de blindagem reativa, deixando o caminho livre para a carga principal, que atravessa a blindagem do tanque.

Javelin

Em 2014, Israel se preveniu contra este tipo de míssil, equipando seus tanques, transportes de tropas e até jipes com o sistema TROPHY. Trata-se de um conjunto de quatro radares instalados nos quatro lados do veículo, ligados a um computador que detecta a direção do foguete inimigo e dispara contra ele uma pequena carga explosiva que detona a 20 metros do veículo, enchendo o ar de esferas metálicas, causando a detonação do projétil inimigo por choque. Tudo isso em menos de um décimo de segundo. O TROPHY tem também a capacidade de perceber quando um projétil inimigo vai errar o alvo – neste caso, ele não dispara, mas determina a trajetória, apontando para a tripulação de onde veio a ameaça.

Obviamente, este novo sistema obrigou a infantaria israelenese a posicionar-se mais distante dos tanques, mudando as táticas de combate conjunto de blindados e infantaria, mas já salvou mais de 100 tanques israelenses desde a sua introdução em 2014.

As imagens de um tanque Merkava 4 em chamas em Gaza mostraram a única fragilidade do sistema TROPHY: o ataque pelo alto. O sistema não consegue (ainda) disparar em ângulo reto para cima, nem tem sensores nesta direção. Um drone iraniano operado pelo Hamas atacou o Merkava pelo alto, como estão fazendo os ucranianos contra os russos.

Os inimigos de Israel podem ter duas certezas: a primeira é que esta deficiência, a esta altura, já está sendo sanada. A segunda é que isso vai custar muito caro para o Hamas.

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