Carta aos professores de redação e literatura!
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(substitua o nome do Colégio, envie a carta e seja feliz! O texto é livre, não cobrarei direitos autoriais nem lhe acusarei de plágio. TENHO CERTEZA que aplica-se à (des)educação atual dos seus filhos, estejam eles em escolas públicas ou privadas)
Prezados Professores, Sou pai de aluno do ensino médio e tenho acompanhado com certa preocupação o enviesamento da educação no Brasil e, certamente, o Colégio COMUNAS não está livre desse mal. Atualmente venho dedicando especial atenção ao curso de Redação.
Infelizmente, tenho observado a absoluta falta de variação nos temas ministrados. Nove entre dez exercícios trazem como tema a moderna “Agenda Woke”, cujas preocupações iniciais sempre foram nobres e válidas, mas que descambaram para uma militância cega, exagerada e, por que não dizer, extremamente burra e limitada.
Meu filho tem chegado em casa preocupado em escrever textos que não contrariem a linha ideológica de pensamento dos professores e corretores das redações, o que é extremamente preocupante. Ao invés de focar no pensamento crítico, na ortografia ou na concordância, a preocupação número 1 é não sair da linha de pensamento PRÉ ESTABELECIDA.
Já tentei lhe explicar que, independentemente do tema, o desenvolvimento de um texto pode (e deve) conter argumentos prós e contrários a QUALQUER ideia, seja ela qual for. Já tentei lhe mostrar que o PENSAMENTO CRÍTICO é que deve nortear qualquer produção textual de sua propriedade. Mas o receio de uma penalização na nota é sempre maior do que o poder de convencimento de um pai ou mãe atento(a).
Na aula de ontem, o assunto era o gênero literário da CRÔNICA e o tema, DE NOVO, o racismo. Claro que é um tema nobre e importante. Então, que o tratem de forma igualmente nobre e não com uma bibliografia enviesada, ESVAZIADA e de péssima qualidade: o UOL UNIVERSA. Como é possível aprender a escrever uma boa crônica tendo o UOL Universa como referência bibliográfica? É isso mesmo? E os grandes cronistas da língua portuguesa como Machado de Assis, Fernando Sabino, Luís F. Veríssimo e tantos outros?
Sei que a resposta da Instituição tenderá ao padrão: “preparamos nossos alunos para os vestibulares e temas da atualidade”. No entanto, tenho plena convicção de que quem aprende a escrever com os autores supracitados certamente terá aprendido para a vida toda, incluindo, mas não se limitando aos atuais vestibulares e seus restritos temas “woke”. Já quem aprende lendo o UOL UNIVERSA estará, no máximo e com sorte, preparado (com ressalvas no uso da palavra “preparado”) tão somente para o segundo caso. E isso é um fato!
Para quase finalizar, com as devidas desculpas pelo longo texto, sugiro que ao menos as referências literárias sejam VARIÁVEIS. Se o texto hoje é do UOL, que o próximo seja da Gazeta do Povo, da Revista Oeste ou até do Estado de SP, que parece estar recuperando o jornalismo imparcial e meramente informativo. Se o texto de hoje é do Padre Júlio, que o próximo seja do Pastor Cláudio. Se o texto de hoje for da Márcia Tiburi, que o de amanhã seja de Monteiro Lobato (aqui a profana comparação é só para ilustrar os extremos de qualidade literária). Se o tema for “woke”, que o próximo seja política, economia, esporte, viagens, astronomia, ética, filosofia, matemática, ciências, línguas ou qualquer outro de uma INFINIDADE de possibilidades que, acreditem, SÃO POSSÍVEIS E EXISTEM em um mundo sem as amarras impostas por qualquer militância, seja de que lado for.
Mesmo que o foco esteja nas atualidades, um clássico de qualidade jamais poderá ser descartado ou subjugado, sobretudo em favorecimento de material tão ruim ou tão inflexível. Se for possível conciliar as coisas então, o CLÁSSICO E O MODERNO podem proporcionar maravilhas inimagináveis para esses jovens tão antenados e com tanto potencial. Dou-lhes um exemplo prático: será que vocês exploraram com seus adestrados, digo motivados, alunos o fato recentíssimo do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” ter se tornado NESTA SEMANA, da noite para o dia, um dos mais vendidos nos EUA, graças a uma jovem “tiktoker” americana ESTUPEFATA com a qualidade da obra, nas palavras dela “o melhor livro já escrito”? Se sim, ótimo. Se não, a oportunidade está aí, com ganhos provavelmente muito maiores do que os proporcionados pelo limitado e horroroso UOL UNIVERSA.
O mérito de qualquer curso de redação está na sua capacidade de fomentar o pensamento crítico e a diversidade de ideias. As escolas têm feito o contrário, numa antítese que custará caro às próximas gerações: SOB O PRETEXTO DA DIVERSIDADE, LIMITAM AS IDEIAS.
E pra não dizer que não falei das flores, finalmente o RACISMO. Infelizmente, ele realmente existe mesmo, mas não está em narrativas falaciosas, nos verbos DENEGRIR ou JUDIAR, em inocentes pronomes do idioma ou, menos ainda, em expressões como “BURACO NEGRO” da Física, como sugeriu recentemente uma alienada ministra do Governo que recebe, em RECURSOS PÚBLICOS, 70 mil reais para participar de UMA reunião mensal no Conselho de Administração de uma empresa metalúrgica, assunto que ela deve dominar tanto quanto a Física do seu buraco negro, já com o perdão do trocadilho. Se existe algum buraco negro racista neste mundo, ele está na ausência de luz dos cérebros de militantes fanáticos como a própria ministra e, perdoem-me novamente, alguns de vocês também. O racismo está nos atos e ações desrespeitosos contra PESSOAS. Esse é o racismo verdadeiro que devemos combater. Aliás, em TODAS as suas formas, incluindo, por exemplo, o ANTISSEMITISMO, o tipo de racismo que mais cresceu no Brasil nos últimos meses e que, por alguma razão desconhecida, NUNCA aparece nos textos do UOL UNIVERSA ou nos materiais didáticos tão atualizados de vocês.
Contamos com o apoio do Colégio COMUNAS. Que a “diversidade” tão defendida nos textos do UOL seja também estendida para o campo das ideias como um todo. Aluno não pode ter medo de expor um pensamento por este ser diferente da ideologia do seu professor. E o professor não pode (ou não deveria) limitar o pensamento crítico com textos enviesados de uma ÚNICA corrente ideológica.
Acreditem: substituir a Márcia Tiburi pelo Monteiro Lobato NÃO PREJUDICARÁ o vestibular de ninguém. Se isso ocorrer, é melhor mudar de planeta e não de bibliografia.
Grato pela atenção!
Por Eduardo Mota
Administrador com 20 anos de experiência em diversas áreas corporativas, genealogista e escritor por hobby, autor dos livros infantis para adultos “ESSE REINO EU NÃO QUERO”, “PIXULEQUINHO E OS ANIMAIS” E “MEU VOVÔ SINDICALISTA”, todos copyleft.
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