Chefe do Hezbollah que recrutou pessoas no Brasil é identificado
A Argentina anunciou, nesta sexta-feira, 25, a identificação do principal representante do grupo terrorista Hezbollah na América Latina. Segundo a ministra de Segurança do país, Patricia Bullrich, Hussein Ahmad Karaki é responsável pelo atentado à Embaixada de Israel em Buenos Aires, em 1992, e teria recrutado pessoas no Brasil, no Peru e na Bolívia.
Durante uma coletiva de imprensa, Bullrich revelou que Karaki foi responsável pela compra do veículo que explodiu na embaixada, há mais de 30 anos. Ele utilizava nomes falsos durante sua estadia no país, como Alberto Leon Nain e Elias Ribeiro da Luz.
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A ministra destacou que Karaki opera diretamente sob as ordens de Hassan Nasrallah, o líder máximo do Hezbollah, e que sua presença na América Latina representa um risco à segurança da região. Bullrich afirmou que o governo argentino, em parceria com Brasil e o Paraguai, buscará emitir uma notificação da Interpol para localizar e prender Karaki, que hoje reside no Líbano.
Bullrich enfatizou que as investigações revelaram que Karaki recebeu documentação do governo venezuelano, o que permitia sua movimentação na região sob o nome de David Assi. Essa conexão com o regime de Nicolás Maduro traz à tona uma relação histórica entre Venezuela e Irã, que foi fortalecida durante o governo de Hugo Chávez.
O Hezbollah na América Latina
A revelação de Karaki ocorre em meio a uma crescente preocupação com os vínculos entre organizações terroristas e o crime organizado na América Latina. As autoridades argentinas, brasileiras e paraguaias investigam uma rede que conecta Hezbollah a facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho, que visam a ampliar o alcance de suas atividades na região.
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A Operação Trapiche, iniciada em novembro de 2023, resultou na prisão de integrantes do Hezbollah e na identificação de conexões com o crime organizado. As autoridades acreditam que Karaki é a figura central nesta rede, responsável por atentados não apenas na América Latina, mas também em outras partes do mundo, como na Europa.
Entre os ataques frustrados, destacam-se planos de atentados em Lima e tentativas de assassinato de diplomatas israelenses em diversos países. As investigações mostraram que um narcotraficante libanês-brasileiro, Haisam Diab, teria operado sob as ordens de Karaki e recrutado criminosos locais para realizar essas ações.
A ministra argumentou que as recentes ações de Hezbollah e do regime iraniano contra Israel despertaram uma nova urgência nas medidas de segurança na América Latina. Bullrich ressaltou a importância das colaborações internacionais em Inteligência e a necessidade de um esforço conjunto para enfrentar essa ameaça.
Leia também: “A vida em meio à guerra”, artigo de Miriam Sanger publicado na Edição 230 da Revista Oeste
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