Europa diz “basta” a globalistas, progressistas, ambientalistas e socialistas
As últimas eleições para o Parlamento Europeu significaram a vitória dos antissistema contra o sistema, do populismo contra o institucionalismo, da democracia contra a ditadura, da lei natural contra a utopia, da humanidade contra a burocracia… Ou seja, foi a vitória da direita contra a esquerda. Direita no século 21 é antissistema, é populismo, é democracia, é lei natural e é a humanidade – tudo junto. Os que não reconhecem isso são da esquerda progressista, que construiu uma agenda que se impõe em todo o mundo.
Do que se trata esse Parlamento? O Parlamento Europeu é uma evolução da União Europeia (UE), que começa sua atuação com a união fronteiriça, depois influencia o trânsito de cidadãos pela Europa. Isto é, seu início se deu no âmbito comercial, inclusive na moeda. A seguir afrouxaram-se regras de tráfego e de passaportes, depois veio a união monetária, e por fim o sistema cria um Parlamento para representar interesses comuns e firmar acordos.
Hoje são 27 países que compõem a União Europeia, e é importante lembrar que todos esses acordos foram referendados pelas populações. Aliás, são diversos referendos que ocorreram nos últimos trinta anos e continuam acontecendo, principalmente quando a sondagem se refere a dar mais poder ao Parlamento.
De qualquer modo, é inegável que a criação do Parlamento Europeu logrou sucesso em se instalar, até com a entrada de novos países. Importante ressaltar que esse Parlamento não sofre cobrança direta da população, como também não há imposto que incida diretamente sobre os cidadãos. O financiamento vem dos países membros, para que tenha a estabilidade necessária para sustentar esse sistema central. Até esse ponto, tudo bem.
União Soviética da Europa: A perversidade desse sistema, entretanto, é que ele se transformou em um tipo de União Soviética.
Lembremos que, após a queda do Muro de Berlim, os socialistas e comunistas perderam o protagonismo político na Europa, mas os partidos Social-Democratas absorveram essas perdas e se tornaram dominantes, raramente ficando abaixo de 30% de representação em cada eleição, e às vezes atingindo a maioria.
Nesse contexto foi formado o Parlamento Europeu, o que conferiu aos primeiros eleitos um perfil de “socialismo light” da instituição. É claro que havia entre eles alguns liberais, conservadores, mas eram minoria.
Nos últimos anos, e com mais poder, a UE colocou em prática suas políticas de esquerda, o que gerou a primeira perda do grupo com a saída da Inglaterra do Brexit. Agora a UE está vivendo a ressaca desse primeiro movimento. Com o Brexit, como primeira reação, ficou claro o excesso de regulamentação, o fechamento comercial da Europa, a interferência na liberdade econômica do bloco e o programa de socialismo gradual, tanto no sentido econômico, como social e político.
A eleição para o parlamento europeu desse final de semana foi o segundo movimento contra a instituição e suas políticas.
Os gatilhos que provocaram a reação contra as políticas da UE, e contribuíram para que a população optasse pela direita, são:
- Leis de inclusão e imigração perversas, destrutivas para os países europeus no âmbito cultural, social e econômico;
- Políticas ambientais e consequentemente progressistas;
- Geopolítica: guerra e conflitos políticos que envolvem o parlamento europeu, a OTAN, e afetam diretamente países que dependem de recursos naturais além de acordos comerciais bilaterais.
A Europa se levanta: O avanço da direita atingiu em particular o partido do globalista Macron, cujo partido “Renovar a Europa” perdeu 9 cadeiras, enquanto sua adversária, a nacionalista Marine Le Pen, ganhou o mesmo número no Parlamento Europeu. Como reação local, Macron dissolveu o parlamento francês e vai convocar novas eleições locais na França. O mesmo ocorreu na Bélgica. Os representantes dos Verdes devem cair de 71 cadeiras para 52. Em todos os países, socialistas, globalistas, progressistas e ambientalistas perderam assentos.
Outro país cuja maioria foi afetada é a Alemanha, que tem o maior número de assentos: 96. Serão ocupados por 46% de democratas-cristãos e partidos de direita, enquanto sobrarão 25% para os social-democratas e verdes.
Itália e Espanha também penderam para a direita, enquanto Portugal elegeu mais socialistas, indo na contramão do mundo e de seu próprio país, que recentemente elevou o nível de discussão política, introduzindo princípios liberais do nascente partido “Chega”, de direita.
Políticas de esquerda se esgotaram: O que precisamos contextualizar é o papel da esquerda nos últimos 100 anos, ao assumir o poder no mundo ou exercer influência na formação dos Estados. Assim, o que vemos hoje em termos universais, sobretudo no Ocidente, é uma institucionalização agigantada, um estado social absoluto, garantidor, distribuidor de renda e limitador de liberdade. Essa foi a dinâmica do século 20.
Foram implementadas políticas cada vez mais interventoras. Veja, tudo o que foi pleiteado no século 19 será materializado no século 20 na forma de instituições de Estado: Trabalhismo, Previdência, Educação e Saúde Universal. Temos isso tudo na Constituição, e o Brasil é um grande exemplo de como o sistema é falho.
Agora, surge um novo desafio para o sistema, pois seus representantes já conseguiram tudo o que era possível em termos de coletivização. A próxima etapa é o controle social, do comportamento, da linguagem, da natalidade e da imigração.
É exatamente contra esse “sistemão” que os partidos populares, populistas, nacionalistas e liberais estão se erguendo
Por sua vez, os partidos de esquerda, defensores do sistema e controladores das instituições públicas, da mídia e das universidades, continuam avançando a agenda de controle social.
A narrativa do sistema esquerdista foi desvelada pelas redes sociais e perdeu aderência. O discurso de que a direita é extremista e “anti-democracia” não confere com a realidade cada vez mais aparente. Também ressignificaram o termo “populista”, subvertendo o atual contexto histórico. Isso precisa de mais esclarecimento.
Populistas, com orgulho: A imprensa, que faz parte do jogo institucional, atribui aos populistas a pecha de radicais, mas tal ideia é mero reflexo invertido das ideologias do século 19, quando existiam Impérios geridos pelo triunvirato de forças da aristocracia, da Igreja e dos Militares, de forma orgânica. Quem não estivesse dentro desse sistema de valores, ficava à margem do sistema político.
Hoje a coisa mudou 180 graus, só que a esquerda e a imprensa ainda usam a narrativa revolucionária dos séculos 19 e 20 para fortalecer o Estado, enquanto naquela época eram usadas para enfraquecer o Estado.
O conceito de “populista” hoje é muito diferente do que foi no século 20. Antes, as demandas populares eram por mais Estado social, mais regras trabalhistas, mais benefícios e serviços estatais de saúde e educação. Ideias populistas como as de Getúlio, Peròn e muitos outros, eram comuns aos populistas do mundo todo, até nos Estados Unidos.
Os populistas de hoje têm outras propostas, opostas às interferências do Estado e do crescimento da burocracia. Em todo movimento populista do século 21 a palavra-chave que engaja nas ruas é: liberdade.
Por isso cabe aqui uma grande síntese. Movimentos, líderes e partidos populistas de hoje são na verdade democráticos, não são pró-estado ou pró opressão estatal. Querem acabar com a concentração de poder e as decisões de cima para baixo.
Na verdade, o populismo de hoje é o que combate o fascismo inerente a um Estado interventor, construído pela esquerda. O populismo do século 21 luta contra o mesmo inimigo do século 19: o imperialismo central e monocrático, com a diferença de que o império do século 21 é constituído por uma burocracia anônima, tecnocrata e desumana.
O exemplo da Inglaterra: Para explicar por que a União Europeia adotou um Fascismo Internacional – e essas últimas eleições representaram uma reação a ele – é preciso voltar à Segunda Guerra Mundial, com Winston Churchill como primeiro-ministro da Inglaterra. Forte combatente do stalinismo, socialismo e comunismo, ele era o que chamamos hoje de direita raiz.
Quem o sucedeu foi Lord Attlee, do Partido Trabalhista. Ele foi responsável por leis trabalhistas, estatização de empresas, universalização de saúde, previdência e educação. Criou-se o Estado Social Inglês. E o que aconteceu com a Inglaterra no pós-guerra? Definhou.
No mesmo período, a Alemanha cresceu, e por quê? A Alemanha já estava no Nacional-Socialismo de Hitler, que era o mesmo Estado social da República de Weimar. Em consequência da experiência com esse modelo, os alemães no pós-guerra fizeram o oposto: liberalizaram a economia por meio do Wirtschaftswunder, ou milagre econômico – nada a ver com o milagre econômico brasileiro, uma “jabuticaba” que pregava desenvolvimento por meio do Estado.
O resultado foi que em quinze anos a Alemanha ficou muito maior que a Inglaterra, que havia ganhado a guerra! A causa foi a liberalização da Economia. Margaret Thatcher assumiu a posição de primeira-ministra nos anos 70, para solucionar o Estado social, mas conseguiu fazer poucos ajustes. Apesar de ser uma grande líder ideológica e conservadora, seu sucesso foi pequeno em relação à época de Churchill.
Lá eles ainda têm esse problema, assim como em outros países europeus que sucumbiram à ideia de que “o Estado é o grande distribuidor de renda, que vai trazer igualdade e bem-estar social”. Todo o continente está emaranhado nesse institucionalismo, e só agora, quando o controle social e ambiental está em seu ápice, e depois que foi jogado em uma guerra praticamente fratricida, a reação veio à tona.
A tendência é mundial: A mudança de eixo na Europa para a direita não choca ninguém que observa a história recente. Há consciência de que valores como família, pátria, honestidade e liberdade individual estão na sociedade, e não nos sistemas políticos e instituições públicas. É um sopro de esperança para o mundo todo, pois estava sendo criada uma sistematização da humanidade, o que nos afastaria anos-luz da ordem natural, que é nossa essência.
Foi muito bom ver a Europa dar um coice na utopia socialista e refrescar o cenário político mundial. O Brasil segue o mesmo curso, falta a materialização dessa tendência nos próximos ciclos eleitorais.
Conteúdo editado por:Aline Menezes
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