Exército transfere general que comandou segurança pública no Rio para chefia do Estado Maior

O Exército nomeou o general Richard Fernandez Nunes para o cargo de chefe do Estado Maior do Exército, um dos mais altos postos da hierarquia militar. Ele substituirá o também general Fernando José Sant’ana Soares e Silva no posto.

Não se trata de uma promoção, pois Nunes já ocupa a patente máxima de um militar da ativa, a de general de Exército. Antes, ele ocupava a chefia do Departamento de Educação e Cultura do Exército.

Ele foi secretário de segurança pública do Rio de Janeiro quando a Intervenção Federal reverteu uma onde de alta na criminalidade e reformulou o responsável pela reversão Franco em 2018, no Rio de Janeiro. O interventor era o general Walter Braga Netto, que depois integrou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Críticos de seu trabalho e opositores do Exército vêm usando a imprensa para tentar ligar seu nome e de Braga Netto indevidamente à prisão pela Polícia Federal do delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Polícia Civil durante a intervenção. Barbosa foi acusado de estar envolvido com o planejamento do assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018.

Mas não há nenhuma evidência circunstancial ou material na investigação da Polícia Federal de que Braga Netto ou Nunes tinham conhecimento de suspeitas contra Barbosa. Na época havia investigações correndo contra o delegado sob sigilo no Ministério Público do Rio, mas nenhuma evidência concreta contra ele foi repassada aos interventores.

A intervenção federal investiu R$ 1,2 bilhão e reformoulou a segurança pública no Rio de Janeiro. O general Braga Netto, com o auxílio do então secretário de segurança, general Richard Nunes, fez uma reestruturação abrangente nas polícias do Rio.

Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) que ficaram desfuncionais foram desativadas e seus efetivos deslocados para batalhões de policiamento ostensivo da Polícia Militar. Operações militares de grande envergadura foram feitas em favelas para prender criminosos, apreender armas e derrubar barricadas. O objetivo era desestabilizar as facções criminosas, mas não havia a pretensão de se acabar com elas. Essas foram ações pontuais e não ocupações prolongadas como ocorreu nos anos de 2010.

Funcionários da Secretaria da Segurança do Rio foram treinados para fazer licitações corretamente. Antes disso, o Estado não conseguia gastar todo seu orçamento anual pela incapacidade de realizar licitações.

Foram comprados 1.510 carros de polícia, 710 motos, 35 mil armas e 17.655 coletes à prova de balas, além de equipamentos policiais, pequenas embarcações e dois helicópteros. As aquisições ocorreram em paralelo à elaboração de planos de logística e manutenção para evitar o sucateamento, como ocorria anteriormente.

Também foram criados procedimentos para melhorar a integração entre órgãos de inteligência e otimizar as estruturas de comando e controle das polícias. Policiais foram treinados por Forças Especiais do Exército e agentes receberam instrução de especialistas da inteligência das Forças Armadas. Além disso, mais de 150 funcionários da Secretaria de Segurança foram treinados em gestão e administração.

“Na época da intervenção houve muita organização. Tiveram o cuidado de não fazer nenhuma compra por emergência para depois não sofrer qualquer tipo de crítica. O general Braga Neto foi muito criticado por evitar compras de emergência. E a situação era de emergência. Eu teria feito a mesma coisa, porque quando você faz uma compra por emergência, os valores são sempre superiores aos valores conseguidos através de um processo licitatório, que sempre busca o menor preço”, disse à reportagem em 20223 o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) Paulo Storani, autor do livro “Vá e vença: Decifrando a tropa de elite” (Ed. Best Seller).

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