Faltando 2 dias para as eleições, Cármen Lúcia menciona ‘cabresco digital’ e argumenta a favor da regulamentação das redes
Presidente do TSE critica disseminação de desinformação e fake news às vésperas das eleições municipais
Apenas dois dias antes do primeiro turno das eleições municipais, a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), expressou novamente suas críticas à disseminação de desinformação e fake news em plataformas de mídia social. Em uma série de declarações feitas na sexta-feira (4) durante o início de um conjunto de palestras discutindo os desafios eleitorais na era digital, Cármen alertou para o que ela descreveu como um “cabresto digital”. Isso se traduziria, em termos práticos, em eleitores sendo influenciados por informações que se espalham rapidamente nas plataformas digitais.
O juiz argumentou que a quantidade massiva de informações, juntamente com a rapidez com que se disseminam, pode prejudicar a habilidade do eleitor de analisar criticamente o que consome. “A gente acha que viu, acha que pensou, mas alguém pensou por nós. Pelo volume e pela viralização, perdemos a liberdade de escolher nossos votos e candidatos de forma consciente. Criamos, no Brasil, o cabresto digital. Alguém coloca no nosso celular, no nosso computador, algo que nos desinforma e nos direciona para o mesmo caminho”, continuou ele.
Cármen Lúcia, além de discutir os perigos da desinformação, apoiou a regulação das redes sociais, um assunto que tem sido levantado tanto no Congresso quanto no Supremo Tribunal Federal (STF). Ela refutou as alegações de que a regulação seria equivalente à censura. “As plataformas dizem que qualquer regulação é censura, mas isso é fake news. O que vemos é uma manipulação das liberdades pelo abuso da desinformação”, afirmou.
Cármen Lúcia já havia indicado uma postura crítica em relação às redes sociais no começo de seu mandato como presidente do TSE, em junho deste ano, ao classificá-las como um “desaforo tirânico” contra a democracia. Agora, a ministra enfatiza que os algoritmos que funcionam nessas plataformas possuem interesses próprios e “não ligam muito para os outros, a não ser para aqueles que os dominam”.
Anteriormente, sob a liderança de Alexandre de Moraes, o TSE já havia aprovado medidas para combater a propagação de “fake news” nas eleições de 2024, responsabilizando as plataformas que permitissem a disseminação dessas informações. A ministra ainda considerou que, apesar da “tecnologia” poder ser empregada de forma negativa, ela também possui a capacidade de trazer benefícios para a sociedade. No entanto, ela alertou que o Brasil, devido à sua vasta população, é um alvo primário para aqueles que se beneficiam do uso impróprio das ferramentas digitais.
No evento, Cármen Lúcia não foi a única a fazer um discurso. Abena Busia, embaixadora de Gana, juntamente com Guillermo Valles e Sebastián Depolo, embaixadores do Uruguai e do Chile, respectivamente, também fizeram parte do ciclo de palestras.
No dia do primeiro turno das eleições municipais, que cai no domingo, os convidados serão transportados para Valparaíso de Goiás, uma cidade não muito distante de Brasília. Lá, eles terão a oportunidade de visitar uma seção de votação e presenciar o processo de transmissão de votos em um cartório eleitoral.
Gostou do nosso conteúdo? Considere nos apoiar!
❇️ Doação única
➡️ https://livepix.gg/conexaolibertas
🥉 Apoiador Bronze (R$ 5,00 mensais)
➡️ https://livepix.gg/conexaolibertas/apoiador-bronze
🥈 Apoiador Prata (R$ 15,00 mensais)
➡️ https://livepix.gg/conexaolibertas/apoiador-prata
🥇 Apoiador Ouro (R$ 30,00 mensais)
➡️ https://livepix.gg/conexaolibertas/apoiador-ouro
Descubra mais sobre Conexão Libertas
Inscreva-se para receber as últimas postagens enviadas para seu e-mail.