Guerra 5.0 – a quinta revolução tecnológica das armas de mão
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A primeira revolução das armas de mão foi a descoberta do manejo dos metais. Espadas, escudos, couraças, lanças e flechas de ponta metálica.
A segunda revolução foi a pólvora. Rapidamente, alguém conseguiu fazer um canhão de mão, batizado de pistola ou mosquete.
A terceira revolução foi o cartucho. Quem tinha rifles com cartuchos fazia de 5 a 15 disparos por minuto, enquanto o inimigo demorava quase um minuto inteiro para recarregar seu mosquete pela boca do cano.
A quarta revolução foi a das armas automáticas. De repente, alguém aparece no campo de batalha com uma metralhadora ou fuzil automático, disparando 15 tiros por segundo, contra os 15 tiros por minuto do adversário.
Esta quarta revolução firmou-se de vez na guerra do Vietnã. A marinha americana seguia a filosofia “one shot, one man” – um tiro, um homem. Seus soldados utilizavam o fuzil M14, calibre 7,62, com carregadores de 10 a 20 cartuchos e disparavam um tiro por vez. Eram longamente treinados, para que cada tiro fosse certeiro e custasse ao inimigo um de seus elementos.
O exército americano se viu encrencado na tarefa de treinar um grande contingente de recrutas pouco motivados, pouco hábeis, mais interessados em voltar inteiros para casa do que em combater. E não havia muito tempo. O exército então mudou de doutrina básica: adotou o calibre 5.56. Agora o soldado levaria um carregador com 40 tiros (o cartucho 5.56 é bem menor que 7,62) que seriam despejados sobre o inimigo em apenas 3 segundos. Imagine todo um pelotão atirando em automático sobre as sombras que se movem na mata – uma chuva de balas. Alguém acabaria acertando alguma coisa, por mais inábeis que fossem como atiradores. Essa doutrina perdurou por um bom tempo, até que um meio termo foi instituído, ainda com o calibre 5.56. Os exércitos voltaram a gastar tempo no treinamento dos seus atiradores, de modo que fossem mais eficientes e gastassem menos munição, diminuindo a necessidade de entrega frequente de munições na frente de batalha.
A quinta revolução
E então, chegou a quinta revolução. Desta vez, não na arma ou no calibre, mas na alça de mira. Shmuel Rabinovitz, da Start-Up israelense Smart Shooter, acaba de desenvolver uma mira composta por uma câmera, uma tela e um computador. Tudo graciosamente contido em uma caixinha acoplada ao fuzil.
O soldado, olhando para a tela, aponta seu fuzil para um inimigo que caminha entre os destroços. Ele coloca a bolinha vermelha sobre o inimigo e puxa o gatilho, mas o gatilho trava. A mira detecta que o fuzil não está perfeitamente alinhado com o alvo e impede o disparo. O soldado move o fuzil levemente para a direita, para a esquerda. Quando a mira detecta que é o momento exato, libera o gatilho e o soldado finalmente consegue levá-lo até o fim do seu curso. Um tiro, um homem.
Temos então um soldado que não foi extensamente treinado, talvez um dentista ou corretor de imóveis convocado às pressas para a guerra, que tem 100% de acerto – bem mais que soldados de elite usando equipamento comum.
Mais do que isso: de volta ao nosso cenário, nosso soldado vê uma caminhonete com terroristas passando a mais de 50Km/h diante dele. Se o soldado colocar a bolinha vermelha sobre o motorista e atirar, vai errar. Porque, enquanto a bala viaja na direção da caminhonete, esta continua andando em linha reta. A bala chegará onde a caminhonete estava, no momento do disparo, não onde ela estará, meio segundo depois de puxado o gatilho. Com o sistema Smart Shooter, a velocidade da caminhonete é calculada e o sistema leva a bolinha vermelha adiante do carro, para compensar a velocidade, liberando o disparo apenas quando o cano estiver na direção exata. E eis aí, a minha tia acertando um tiro difícil, que atiradores de elite levam anos para conseguir.
A novidade agradou muito às forças policiais. Um sequestrador usando um refém como escudo, mexendo-se sem parar. Não há como o atirador de elite mirar na pequena faixa do rosto do sequestrador que está exposta, por causa do movimento constante. A chance de atingir o refém é considerável. Com o Smart Shooter, mais uma vez, a minha tia resolve o problema. Basta manter o gatilho acionado e mover a bolinha vermelha em volta do alvo. O sistema detecta o momento exato e dispara.
A surpresa que nem o próprio Rabinovitz esperava aconteceu na chuva de mísseis e drones do Hamas. Apesar da alta velocidade, o sistema calculou o ângulo de tiro e acertou dois de cada 3 disparos. Tenho certeza de que o governo israelense se interessou por uma forma de abater foguetes do Hamas usando um cartucho 5.56, que custa 30 centavos de dólar, ao invés de um míssil do sistema Iron Dome, que custa 50.000 dólares.
Será o fim dos drones?
O campo de batalha não será mais o mesmo.
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