O 7 de Setembro vai flopar?

O desconforto é nítido em diversos segmentos diante do existir ou não desfile, como ele se desenrolará e como as autoridades se apresentarão nele. Afinal muita coisa aconteceu desde o resultado da eleição presidencial.

A direita tem pregado para que patriotas e conservadores não compareçam às solenidades e permaneçam em casa. É o que se vê nas redes sociais de políticos da oposição e perfis conservadores. Tenho recebido em grupos de troca de mensagens figurinhas com o “não há o que comemorar, não vá aos desfiles”.

Para o cidadão realmente fica difícil comparecer a um evento que remete à liberdade, sabendo que ela não tem sido respeitada. Ir ao desfile em comemoração a uma condição que está em pleno desrespeito, assim como a Constituição Federal, não é consonante.

Também o risco de eventual desentendimento durante deslocamento para o desfile ou estando na platéia, inibe o comparecimento. O indivíduo pacífico, a grande maioria dos brasileiros, quer paz e sossego, a mínima possibilidade de confronto o deixa quieto no lar.

Um presidente que assumiu o país com promessas vãs e sem condições de cumpri-las, o que já era sabido por muitos, convoca para que a população prestigie os desfiles. Mas não se manifesta quando a liberdade é ameaçada. Qual a credibilidade?

A censura, que era velada, agora prende e tira o ganha-pão do cidadão patriota e cumpridor das leis. Tudo ocorre aos olhos dos que deveriam nos defender e não deixar que acontecesse: OAB, judiciário, instituições de classe, sindicatos, Ministério Público, legisladores e tantos outros.

Não há motivos para comemorar a liberdade, ela está ameaçada. A censura e a prisão estão tomando o seu lugar.

Mas a data vai flopar? Há a possibilidade de se apresentarem para acompanhar os desfiles os militantes dos partidos governistas e instituições apoiadoras (MST e outros). Fazer número não é difícil. Mas esses representam a grande parte dos brasileiros e seus sentimentos sobre a Pátria?

O povo quer tranquilidade e, principalmente, liberdade. E, por querer isso, é bem possível que fique em casa, onde é mais seguro e não comunga com os desmandos do país.