Os perigos da falsa equivalência

Os perigos da falsa equivalência

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Frequentemente tenho observado o uso da falsa equivalência como instrumento ardiloso de implantação de ideias que, se por si próprias fossem consideradas, seriam imediatamente repelidas.

O fenômeno não é novo. O Doutor em Direito Joseph P. Overton estudou e sistematizou-o no que, posteriormente à sua precoce morte, passou a ser chamado “Janela de Overton” (para entender melhor visite esse link https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/janela-de-overton).

As tentativas de abrir “a janela” de sorte a tornar temas inescrupulosos mais “palatáveis” e “defensáveis” pela multidão têm constituído regra nos diversos discursos políticos e ideológicos. O chamado falso silogismo, em que é apresentada uma premissa estranha ao tema, como se fosse a ele relacionada, no intuito de confundir e diminuí-lo, tornou-se mecânica comum na contemporaneidade.

Nessa maligna ação, tudo deve ser polemizado e repetido, visto que a boa educação induz permissão e respeito à opinião alheia. Com essa brecha, ideias repugnantes, servidas por meio de discursos alongados e recheadíssimos de eufemismos politicamente corretos, são forçosamente apresentadas como antíteses às opiniões dos opositores ou por sucessão de premissas no discurso de seus próprios propaladores.

Constata-se essa estratégia com alguma facilidade na inevitável inserção de conjunções adversativas (“mas, porém, todavia, contudo, entretanto, etc.”) nas orações corriqueiras nas “conversas de botequim”.

— “Você é contra o aborto, mas defende armas que também causam a morte.”

— “Realmente são inconcebíveis as ações do Hamas contra Israel; todavia, o povo palestino é vítima do colonialismo.”

— “Pedofilia é um crime terrível, entretanto devemos considerar que é uma doença e doentes devem ser tratados, e não presos.”

— “Não deveria roubar, porém a desigualdade econômica e social enlouquece qualquer um.”

Nas sentenças acima, vemos a formulação de equivalências falsas com uma só finalidade: confundir para diminuir ou invalidar algo, justificando, em reverso, o que jamais deveria ser sequer cogitado.

Um querido amigo residente no Estado do Rio de Janeiro, em um papo descontraído, sintetizou tudo isso em um singelo comentário: “Mal é mal. Ao abrirmos nossos ouvidos para ele e ao nos dispormos a falar sobre ele, já cumpriu sua missão.”

Identificando a metodologia do mal, com simples vigilância e atenção, conseguimos inibir sua expansão através do debate e da divulgação.

Na maioria das discussões em que observarmos o ataque da falsa equivalência, atenhamo-nos a apresentar ao interlocutor nossa percepção sobre o cerne do mal que ele oferta, salientando como ele se torna perverso ao fazê-lo:

— Nossa! Não sabia que você é abortista!

— Puxa! Sua justificativa e endosso das ações terroristas antissemitas e monstruosas do Hamas me surpreendeu!

— Desculpe, mas estou com medo de você! Nunca imaginei que você homologasse os atos dos pedófilos e dos ladrões!

Acredito que, assim procedendo, ao menos aqueles inconscientes que se tornaram agentes do mal possam dar-se conta disso.

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Um comentário em “Os perigos da falsa equivalência

  1. Meu caro amigo, Ronaldo!
    Nessas frases da conversa de botequim que você elencou, eu não poderia deixar de me lembrar de Emmanuel, na sua lição 79 do livro Pão Nosso, “O Mas e os discípulos”.
    Precisamos de mais pesoas fazendo sua “profissão de fé” ao invés de desnudarem sua “confissão de ineficiência”.
    Que Jesus nos abençoe a todos! Paz!

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